sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Carta aos noivos!



Fazia tempo que o coração não acelerava assim! Era um misto de ansiedade, adrenalina e, sim, um belo punhado de nervosismo.

A Estela não cabia em si de tão apreensiva.

Já fiz palestra, participei de banca, dei treinamentos... para 10, 20, 50, 400 pessoas.

Mas essa aventura ‘em público’ foi a de maior responsabilidade, pois celebrávamos uma união perfeita, o começo de uma nova família. Não existe nada mais sério que isso.

E deu tudo certo, desde as crianças entrando lindas com os balões coloridos, aos padrinhos lendo “Não deixe o amor passar”, de Drummond. 

O que falar dos votos irretocáveis dos noivos (e o cara ainda vem dizer que quer minha ajuda!? Sai pra lá com falsa modéstia, Lionel cara-de-pau!) e das mensagens positivas e conselheiras dos pais? Perfeitos!

Ver TODOS os convidados declarando junto conosco que Pati e Ju eram "agora marido e mulher" foi, para mim, o ápice.

Pura energia positiva para o casal.

Queridos noivos,

Foi lindo, foi perfeito, foi uma honra que jamais esquecerei!
Obrigado pela aventura e confiança!

Um beijo,
Fábio


PS: entre as lágrimas e risadas, a Estela deu show!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Momento de felicidade – Omakasê


Assistindo a uma boa entrevista no Jô, vi um professor de filosofia e ética falar sobre o momento de felicidade, que, bem resumidamente, é aquele instante que você quer que nunca acabe.

Me pus a pensar em quais seriam os meus e um bem recente foi meu primeiro omakasê*.

* ctrl c + ctrl v direto da wikipedia: Omakase (お任せ, o-makase) is a Japanese phrase that means "I'll leave it to you" (from Japanese "to entrust" (任せる, makaseru)

Era uma vontade antiga, e que ainda não dá para compartilhar com a madame Geromini de Mello porque ela está desenvolvendo seus hábitos nipogastronômicos – e que estão em franca evolução, diga-se de passagem: de somente hot-rolls, já estamos em sashimi de polvo, cuja identidade foi revelada somente após o consumo.

Sim, porque omakasê tem que ter iguarias (esquisitices para alguns).

O meu foi no Azê Sushi, depois de indicação de um blogueiro bem mais experiente que eu. E, dica dele, me certifiquei que o sushiman chefe estava lá antes da reserva.

Lá foi eu sozinho rumo ao balcão desconhecido numa quarta à noite. E foi assim (se gosta de sushi, pegue o babador):

 
Ovo perfeito com toro em caldo dashi especial

Sashimi de dourada (acho) com conserva

Ostra gratinada

Peixe marinado no missô e grelhado

Polvo

Atum

Garoupa

Vieira

Lula maçaricada com pitada de pimenta e sal marinho

Sopa de mostarda para ir embora

E duas trufas para encerrar. A escura não é de chocolate, era alguma coisa com wasabi 


Cara, comi, comi, comi, comi (as fotos são apenas parte do que foi servido), seguindo, atento, as instruções e explicações do mestre sushiman. Na próxima, gravo tudo. Momento de felicidade que não queria que acabasse.

Falei com minha mãe ao telefone logo depois e, certeza, ela desconfiou de tóxicos tamanha a alegria.

O preço? Depende do ponto de vista. Do meu, foi barato se você pensar que pagaria quase o mesmo num restaurante medíocre da categoria PVSV (Para Ver e Ser Visto).

Depois, lendo por aí, descubro que o tal blogueiro e uma blogueira colunista gourmet que se respeitam tanto quanto Lula e FHC concordam em uma coisa: omakasê do Azê é o omakasê mais recomendado na cidade.

E lá aprendi que o arroz do sushi tem que estar morno.

Omakasê Azê Sushi – FG com louvor!

Atualização: demorei alguns meses para postar isso. Resultado, preciso ir de novo. Babei...


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Organizações Tabajara



PREENCHA A EMPRESA E O VEÍCULO A GOSTO!

Funciona assim:

Tal veículo diz que vai fazer matéria acusando a empresa de uma coisa séria (verdadeira ou não).

A empresa dá de ombros, presidente e diretores acham que jornalista engole qualquer coisa,  pois não ficou rico como eles, e o Jurídico, sempre ele, passa em cima da Assessoria para aprovar uma nota que não diz nada, mas que "reafirma o compromisso da empresa com seus clientes, a sociedade e o país".

O tal veículo publica a matéria e a empresa se ferra.

Aí o presidente junta com o jurídico e, em manobra brilhante, fazem outra nota, com linguagem data vênia.

Só que, vejam só o ardil, ela será paga (informe publicitário)! 

(“Hahaha, o veículo vai se ferrar, eu vou desmenti-lo. E usando seus concorrentes”)

E publica em todos os concorrentes do tal veículo*!

Detalhe, o veículo 1 atinge X pessoas, os veículos 2, 3 e 4 atingem X pessoas vezes 10.

Resultado: 
  1. X pessoas vezes 10 vão ler ou ao menos saber da matéria inicial, logo piora ainda mais a imagem da empresa
  2. o presidente torra uma grana enorme da empresa por vaidade 
  3. o jurídico diz que vai processar 
  4. e a turma da comunicação sai mal na história porque não conseguiu $egurar a matéria. (porra, a gente anuncia lá e mesmo assim a matéria sai?!)


E a vida segue!

*Às vezes o gênio publica até no tal veículo. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cozinhar

Sem me atrever a discutir a parte filosófica, antropológica, comportamental, psicólogica, sociológica e, inclusive, gastronômica do tema, para mim, cozinhar (amadoristicamente, óbvio) se resume a três tópicos, em ordem crescente de importância:

- cuidar da parte visual da coisa, nem que seja para dar um talento artístico no prato de salsichão com palitinhos improvisado num fim de semana de praia...


Ou num happy hour improvisado com o que achamos na geladeira.


Agora o supra-sumo da arte foi essa porção de salami ala patata della onda! Master-piece, com direito a filtro "retrô estou na moda" na foto.



- Cozinhar também é não se conformar em comer coisa sem graça. Chegou em casa, tem só aquele filé de frango ou peixe xenxelento para grelhar? Fuça na despensa, gasta uns dois neurônios e transforma a borracha de dieta em comida bacana.


Te toma uns 15 minutos e ainda serve de desculpa para abrir um vinho ou cerveja.

Ingredientes indispensáveis: azeite, azeitona, cebola roxa, alcaparra, ervas frescas, uma boa mostarda - coisas simples com potencial para mudar sua vida naquela noite.

- E, finalmente e mais importante de tudo, cozinhar é meter a mão e a cara na massa, ir atrás duma receita e mandar ver. Fazer como manda o figurino, ou seja:

Preparar um steak tartar picado na ponta da faca. Fica mais gostoso e já gasta as calorias do dito cujo antes mesmo de comer (fora a tendinite de tanto picar). Quando acerta a mão, é a glória!

Gordon Ramsay, baixa o topete que você é fucking shit perto disto.

Mas também é arriscar. E fazer um lombo estufado em que você pensou duas horas no recheio, pesquisou na internet como dar esse nó de cozinheiro, deixou a carne marinando de um dia para o outro, tudo lindo, maravilhoso.

E no fim das contas dá errado porque a mula do chef amador (você mesmo) não acreditou nos 32 chefs de verdade que afirmaram no livro, no blog, na TV, no rádio, no raio-que-o-parta que 30 minutinhos de forno eram suficientes.

O asinino empacado cismou, deixou mais de 50 e transformou o lombo em porrete. Ainda bem que o atraso na preparação serviu para embriagar as cobaias/vítimas, que mandaram ver com o mesmo entusiasmo.

Porém, são esses erros que te fazem respeitar ainda mais quem cozinha profissionalmente, e isso inclui o chef do restaurante, a cozinheira do boteco ou a empregada da sua mãe (que saudades ardidas da Odete e sua comida - pessoa maravilhosa, rangos sensacionais!). Mancadas que também ensinam a analisar com mais propriedade o que se come e quanto se paga por aí.

Cozinhar é um prazer do carajo, ainda mais em boa companhia (mas que não dê muito palpite!!!).

Abraços!


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Pérolas na Mônica Bergamo. Ou Arrastões e Chiliques



Precisei colocar aqui, é muito imbecilidade por centímetro quadrado de jornal. São os melhores momentos da coluna da Mônica Bergamo publicada na Folha de S.Paulo no último domingo.

Espero que a publicação de uma página de tanta futilidade tenha sido uma ironia muito fina, uma crítica subliminar a quem vive tão alienado em um mundo tão complexo. 

Não vejo outra explicação.

Meus comentários em itálico.

São paulo contra o baixo-astral

(...) "Tô morrendo de medo. Se levarem uma bolsa Hermès minha, vou chorar mais do que tudo", diz a decoradora Alessandra Campiglia, grudada em sua Chanel. Chora mesmo, merece!

(...) O arrastão ao restaurante La Tambouille foi um marco. "Uma surpresa! Tá cada vez mais perto da gente. Os ladrões estão audaciosos!", diz Carola Porto, sócia da Agenda Black. Vou até fazer um post disso no Facebook, afinal temos que protestar!

(...) "É um absurdo você ir a um restaurante e pensar que pode ser metralhada. Teve arrastão em vários que a gente frequenta. O La Tambouille... Acho absurdo, surreal", diz Talita de Gruttola, voluntária no Hospital do Câncer. Metralhada? Querida, vão roubar sua carteira e celular. Se tivessem metralhadora, roubariam sua casa ou banco!

(...) "São lugares aonde a gente vai sempre. O La Tambouille, o Carlota, gente! E a Lanchonete da Cidade [nos Jardins]? É do lado de casa, vivo lá com minhas filhas! Há dois meses comecei a ir só a restaurantes de shoppings", diz a advogada Luciana Natale. Vai no Bar do Estadão, gente! Lá não tem arrastão e o sanduba é melhor. 

(...) Champanhe na mão, conta que o grupo se reúne uma vez por semana para almoçar. "Agora estamos indo ao clube Paulistano. Como somos todas sócias, fica mais fácil e seguro. Dá para entrar, estacionar o carro." Daniela Cilento, uma das amigas, diz que não tem "medo de nada, nada. Se bem que já passei por uns sustos".

Recentemente, almoçava no Girarrosto. "Entra um cara mal vestido gritando para os seguranças: 'Não me bate, não me bate'. A Mika [sua amiga] já foi tirando o relógio, escondendo a bolsa. Era um mendigo." "É o que menos me assusta, sabia?", diz Luciana. "Mas você hoje não sabe se é mendigo ou se vai tirar uma arma", diz Dani. Nooooooossa, que susto! Coraçãozinho foi a mil! A testa esticada de botox até enrugou de novo!

(...) Chef de cozinha, Paula Passos conta que "no Kosushi [Itaim] é que é legal. Tem um segurança de uns 3 m de altura!".  Mostra a foto que fez do funcionário no celular. "Duvido que assaltem lá." Uhn, três metros de altura, fotinho no celular... aí tem!

(...) "No dia em que tiver carro blindado, prefiro mudar de país", diz Dani Cilento. Demorô, vaza! "É melhor morar na Suíça, né?", responde Paula. "Ah, não. Deixar o Brasil? Prefiro ter um carro blindado", afirma Luciana. "Tem que fazer como nos países árabes: roubou, corta a mão", sentencia Dani. Cuidado com o que fala, você teria um monte amigo maneta.

A MELHOR DE TODAS: (...) A modelo Cassia Avila afirma que tem "orado para Jesus". E evita andar a pé. Na semana passada, percorreu de carro os dois quarteirões que separam a joalheria do marido e o restaurante Gero, na rua Haddock Lobo. Nas lojas vizinhas, 15 seguranças cuidam das vitrines de Dior, Louis Vuitton e NK Store. Nem assim ela se sente segura.

Quando Cássia tentou entregar o carro ao manobrista, um marronzinho disse que a multaria. "Olha isso, ou você é multado ou assaltado." Ela está no limite (COITADA). "Não dá mais pra morar no Brasil. Nossa filha vai estudar em escola americana. E depois vamos nos mudar." Vaza, também! Além de nos privar de sua sabedoria, melhora o trânsito.

(...) Para não abrir mão do prazer de jantar fora, Carola Porto diz que começou a frequentar os restaurantes que já foram assaltados. "Eu acho que um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar. No sábado eu fui ao La Tambouille. Tava tranquilo." #Gênia! 

"Prefiro convidar as pessoas para jantar na minha casa", diz a administradora Flavia Sahyoun. "Roubam tanto no Brasil que pensam que todo mundo que tem dinheiro é porque roubou e não porque trabalhou. Virou um país tão avacalhado...". É verdade: políticos e empreiteiros e quem mais dance em Paris com guardanapos na cabeça sofrem tanto com essa injustiça!

(...) a atriz Laura Neiva pede comida em casa. "Tenho um pit bull e agora só ando por Higienópolis com ele." Favor recolher as fezes do bicho. É lindo ver madames com saquinho de cocô na mão! 

(...) Tom Cavalcante não corre mais nas ruas. "Amo SP e estou muito triste." Cara, triste você está faz tempo.

(..) A consultora Fabiola Kassin só vai a lugares "dentro de shopping, (...) "Alguém tem que tomar atitude. Sei lá, governo. Daqui a pouco, o Exército entra na rua. Está mais seguro morar no Rio do que aqui. Está ridículo. No Rio você para no quiosque e toma uma cerveja. Aqui não posso nem ir ao bar da esquina. Não tem mais rico, pobre, assaltam qualquer coisa, boteco, restaurante. Virou uma zona. Quando saio, tiro tu-do!" Tira, tira, tira!

terça-feira, 22 de maio de 2012

F*d@-se, Bordão!

Há um tempinho, escrevi este post que comentava a vinda de Anthony Bourdain a São Paulo. Desancava a sua anfitriã patricinha e o convidava a voltar. Listava uma série de coisas que poderiam ser feitas ou mostradas ao apresentador cult/cultuado do momento.


E não é que a máscara caiu? O cara voltou ao Brasil, ficou pouco mais de 48 horas entre o eixo Rio-SP. Visitou por aqui o Mocotó e o DOM e foi comer a porcaria do sanduíche de mortadela no mercadão, aquela pilha de gordura.


"Tá, mas cadê a máscara caindo?", você deve perguntar-se - ou melhor, perguntar-me.


Pois é, fonte fidedigna contou que:


- O moço finge que come e bebe, e deixa tudo lá;
- Espera no ar condicionado da van até tudo estar pronto;
- Tem assessoras que dão chilique caso dirijam a palavra ao astro diretamente;
- Não vai a todos lugares, manda somente gringos mal-educados filmarem alguns dos locais para depois ele falar sobre;
- Deixou pessoas realmente ressacadas e ocupadas esperando enquanto fingia estar também na rebordosa.


Tudo isso enquanto não saia do twitter, sempre mantendo sua pose de mau, como mostra a foto abaixo:



F*d@-se você, Bordão!


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Bar Léo (in memoriam)




Duas cenas que definem bem o que foi o Bar Léo:

Cena #1

Mesa ao lado, com playboys barulhentos:

- Porra, não vai dar nenhuma saideira!?! Gastamos sei lá quantos dinheiros, tomamos sei lá quantos chopes!
- Isso não quer dizer que vocês mereçam.
- Se não tiver saideira na faixa, nunca mais voltaremos.

Cri... cri... cri... (silêncio constrangedor do garçom)

Duas horas depois, nossa mesa:
- Amigão, a conta por favor.
Soma no papelzinho ali mesmo, em cima da mesa, dinheiro não mão, acerto feito.
- Querem uma saideira?
- Opa, claaaaro!


Cena #2

Eu e meu irmão no balcão, observando o preparo dos canapés e sandubas.

- Carajo, meu, acho que ele está pondo muito sal!
- Desencana, respeita os cabelos brancos do cara, ele faz isso há 50 anos. Deve saber montar tudo de olho fechado, de costas, no escuro e bêbado.

Chega nosso Canapé de linguiça Blumenau.

- Não falei, perfeito!


As duas anedotas acima são para lembrar o que um dia foi o Léo, o lugar do Chope Perfeito, que ensinou muitos paulistanos, paulistas e brasileiros (alô, cariocas) que chope TEM que ter COLARINHO.

Boteco da comida simples, rústica, mas excelente.  

Lá, saideira não se pedia, se conquistava. E a tradição imperava: os canapés, assim como os sanduíches, eram feitos da mesma maneira há décadas, irretocáveis.

(Pausa para memória guloafetiva – sanduíche de rosbife = água na boca e vontade tomar chope em plena segundona).

 Léo, grande Léo, que, como dizia meu pai, obrigava você a escovar dente com chope se quisesse beber por lá aos sábados – abria 10h, fechava às 15h. E, momento de glória, quem estivesse lá dentro às três da tarde podia ajudar a secar os barris, que não ficavam para o dia seguinte.

Tristemente, o Léo acabou. Ou melhor, acabaram com ele.

Que os responsáveis paguem caro por isso, muito mais que os sete mangos que estavam cobrando por chope pirata.

Bar Léo – Deixa incontáveis órfãos

PS: fica o convite aos meus amigos e companheiros de Léo para conhecermos o Del Mar, ali do lado, para relembrarmos e homenagearmos o falecido. Dá para uns três dias de história.