quarta-feira, 21 de março de 2012

Curitiba #1 - O dia que tive medo de um restaurante


Curitiba é uma cidade bacana, aparentemente mais civilizada que a média da  municipalidade brasileira. Direto ao que interessa, há boas opções gastronômicas e visitei algumas. Mas uma deu medo!


Olhando a foto abaixo, do que o entediado leitor imaginaria que se trata?



Eu chutaria um shopping desses neoclássicos bem cafonas. Ainda mais com esses cavalinhos na beira da escadaria. 

E o salão abaixo, o que seria?



Talvez o restautante da terceira classe do Titanic antes de afundar?

Nada, trata-se do Madalosso, considerado o maior restaurante do mundo – fato contado com orgulho por alguns dos cicerones. Fica em Santa Felicidade, bairro que parece uma mistura de Vila Madalena com Alphaville - casas e condomínios de luxo ladeados por muitos bares e restaurantes. 

Fui muito receoso, com medo mesmo. Porra, se abomino shopping e odeio comer mal e pagar bem, como não ter medo dessa coisa que juntou tudo na mesma equação?! E, afinal, nada que se julga “o maior” ou “o melhor” costuma trazer boas surpresas.

O esquema é típico de galeteria italiana do sul – entradas, saladas, massas e tudo que você imaginar do galeto. À vontade!

A salada é bacana para quem gosta de folhas mais fortes (escarola, mostarda, almeirão), e vem com um bacon para já dar o recado: ali ninguém faz dieta e o colesterol reina. As massas que rodam o salão na mão dos garçons, ao contrário do esperado, são convincentes, mas nada especial. Ou seja, JO – esqueceu o que é JO? Vai no rodapé e volta). 

O risoto de frango, que na verdade é um arroz temperado, leva G – arroz, molho de tomate e miúdos galináceos (ou seria ‘galetáceos’?), tudo bem temperado. Junto com ele, levam menção honrosa as tulipas de frango com alho. Desceram umas 36 juntos com as Heinekas geladas!

Os frangos não deixaram saudade. Tudo servido frito, criatividade zero e nenhum galetinho assado para matar a vontade. B.

Maldito blogger virador de fotos... FB!

Estando dentro de um colosso como esse (4.600 lugares!!!!, segundo a Vejinha local), resolvi conhecer a cozinha. 


A curiosidade era tanta que se formou uma caravana atrás de mim – uns oito componentes da mesa vieram atrás. Ambiente menor do que eu imaginava para um lugar daquele tamanho. Mas ainda assim grande e com utensílios gigantes.


Sei lá porquê, me peguei pensando como deveria ser a cozinha de Bangu I.

Bom, não vi uma chama; tudo é feito em fornos, panelões de água quente e fritadeiras. Malditas fritadeiras! Galeto bom é galeto assado ou braseado.

Para dar conta de alimentar o shopping todo, a logística tem que ser perfeita. Por isso, a cozinha tem quatro saídas e um corredor extenso só para retirada de mega bandejas. Garçom lá tem que ser mistura de ninja, maratonista e equilibrista e estavam todos visivelmente esgotados ao final do serviço. Mas como ninguém é de ferro, teriam, vejam só, uma hora para descansar antes do turno da noite. Ô patrão bonzinho, sô!

Entre mortos e feridos, o restaurante que dava medo era inofensivo, tinha preço justo (como todos os lugares que fui em Curitiba) e comida ok, sem grandes pretensões, ao contrário do ambiente megalomaníaco. Recomendo para os glutões beberrões num dia de pé-na-jaca - diversão garantida para eles, ou melhor, nós.


Cotação: JO
www.madalosso.com.br/

2 comentários:

  1. Bro, 4600 lugares?!?!?! Não é só a cozinha que precisa funcionar como um relógio... O estacionamento, o banheiro, a maquininha do cartão... Imagina se uma dessas coisas trava??? Bjs! MM

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  2. Cara, o estacionamento é muito mais organizado que o de Cumbica (isso é fácil) mesmo tendo porte de shopping center. Inacreditável. Inúmeros banheiros e com certeza a internet, a telefonia, a Cielo e a Visa cairiam se todos pedissem a conta ao mesmo tempo.
    Bj.

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