quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cozinhar

Sem me atrever a discutir a parte filosófica, antropológica, comportamental, psicólogica, sociológica e, inclusive, gastronômica do tema, para mim, cozinhar (amadoristicamente, óbvio) se resume a três tópicos, em ordem crescente de importância:

- cuidar da parte visual da coisa, nem que seja para dar um talento artístico no prato de salsichão com palitinhos improvisado num fim de semana de praia...


Ou num happy hour improvisado com o que achamos na geladeira.


Agora o supra-sumo da arte foi essa porção de salami ala patata della onda! Master-piece, com direito a filtro "retrô estou na moda" na foto.



- Cozinhar também é não se conformar em comer coisa sem graça. Chegou em casa, tem só aquele filé de frango ou peixe xenxelento para grelhar? Fuça na despensa, gasta uns dois neurônios e transforma a borracha de dieta em comida bacana.


Te toma uns 15 minutos e ainda serve de desculpa para abrir um vinho ou cerveja.

Ingredientes indispensáveis: azeite, azeitona, cebola roxa, alcaparra, ervas frescas, uma boa mostarda - coisas simples com potencial para mudar sua vida naquela noite.

- E, finalmente e mais importante de tudo, cozinhar é meter a mão e a cara na massa, ir atrás duma receita e mandar ver. Fazer como manda o figurino, ou seja:

Preparar um steak tartar picado na ponta da faca. Fica mais gostoso e já gasta as calorias do dito cujo antes mesmo de comer (fora a tendinite de tanto picar). Quando acerta a mão, é a glória!

Gordon Ramsay, baixa o topete que você é fucking shit perto disto.

Mas também é arriscar. E fazer um lombo estufado em que você pensou duas horas no recheio, pesquisou na internet como dar esse nó de cozinheiro, deixou a carne marinando de um dia para o outro, tudo lindo, maravilhoso.

E no fim das contas dá errado porque a mula do chef amador (você mesmo) não acreditou nos 32 chefs de verdade que afirmaram no livro, no blog, na TV, no rádio, no raio-que-o-parta que 30 minutinhos de forno eram suficientes.

O asinino empacado cismou, deixou mais de 50 e transformou o lombo em porrete. Ainda bem que o atraso na preparação serviu para embriagar as cobaias/vítimas, que mandaram ver com o mesmo entusiasmo.

Porém, são esses erros que te fazem respeitar ainda mais quem cozinha profissionalmente, e isso inclui o chef do restaurante, a cozinheira do boteco ou a empregada da sua mãe (que saudades ardidas da Odete e sua comida - pessoa maravilhosa, rangos sensacionais!). Mancadas que também ensinam a analisar com mais propriedade o que se come e quanto se paga por aí.

Cozinhar é um prazer do carajo, ainda mais em boa companhia (mas que não dê muito palpite!!!).

Abraços!


3 comentários:

  1. Hoje vou tentar fazer o risoto de carne seca que comi anteontem em Minas... e amanhã teremos churrasco! abs

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  2. FG esse post! Cozinhar é fazer mágica... Bjs. M.

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  3. Renatones, espero que tenha ficado bom. Se não ficou, como eu digo, já valeu a diversão.
    Cara, e pensa num churrasco que não andou por falha geral na comunicação. Mas ainda bem, saímos da Estela Geromini ltda. quase 10 da noite.

    Marcones,
    Cozinhar é bão demais, bem acompanhado no preparo e no copo então, nem se fala.

    Abraço!

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