sexta-feira, 25 de março de 2011

Doce de siri


Tem pouca coisa que eu não como... ultimamente, que me lembre, interior de caranguejo (as patas são deliciosas, mas o recheio da carapaça...) e natto (soja fermentada que os japoneses adoram) foram as principais rejeições.

Daquilo que as pessoas podem achar estranho, já provei e mandaria de novo com prazer: testículos de galo (no Valadares com o idealizador do RossoBianco  - "Não pensa na consistência, só no sabor”), bochechas de peixe com o Ersin, meu amigo turco (que chupou o cérebro do dito cujo – “Arkadash, you won’t like to see it”), enguia, bode, mocotó, tutano, sarapatel, ostra, rã, arraia, ovas de tudo que é peixe, tripas, miúdos e embutidos de tudo que é jeito...

Aliás, são itens completamente normais para mim e para bons comilões. Mas para outros, também bons de garfo, não... são nojentos, disgutings, ircs, ecas e etc.

Presente de cunhado
Esse tipo de aceitação (ou não) é muito pessoal. E, às vezes, surpreende. Como o fato de um dos meus parceiros de garfo e copo/brasa e lenha não poder ver rabada na frente! Aquela carne molinha, temperada, fácil de comer. O cara não enfrenta...

No lado oposto, tem o blogueiro do EuElas&Afins, que cresceu só comendo arroz e mascando chiclete, como diz o pai dele, afirmando que comeria ovos não nascidos na boa. Vi isso num episódio do No Reservations, e noutro do Bizarre Foods. Comentei que não sabia se encararia e ouvi, perplexo, que ele mandaria fácil para dentro – “Ué, deve ter gosto de ovo!”. Tá certo...

Provando que o que é estranho para um é arroz-com-feijão para outro, o Andrew Zimmermam, do Bizarre Foods, veio para o Brasil comer o que? Feijoada. A mesma feijoada que quase fez o turco chupador-de-cérebro vomitar quando ouviu "Almost the whole pork is here"...

Até que os bichinhos eram bonitinhos
O último episódio do meu bizarre foods particular aconteceu por conta de um cunhado atualmente piauiense, também chegado numa expedição culinária, que foi passear na liberdade. Entrou num restaurante (ele acha que era chinês; penso que era coreano) e mandou ver. A esposa comeu tripa de porco achando que era frango – e eu fiquei com inveja.

Na volta do passeio, ele me trouxe dois mimos como recordação – polvo seco e siri-mole empanado. “Vamos acompanhar com cerveja?”, perguntei. Resolvemos experimentar... o polvo era ultrassalgado, talvez fosse ingrediente para algum um caldo ou sopa, um udon, sei lá. Mas não era para nós.

Já o siri-mole parecia apimentado, tipo um snack para acompanhar bem uma gelada. E era... doce! O negócio estava empanado com umas bolinhas vermelhas adocicadas! Comi um... mais um... o terceiro... e chega! Isso aqui é ruim demais. Pensamos até em espetar como pirulitos e dar para as crianças comerem.  Pensando bem, elas iam chorar.

“Pega o pão italiano, o patê de azeitona preta, fatia um salame e vamos matar um vinho. A aventura não deu certo hoje”.

Continuemos tentando...

2 comentários:

  1. Bro, Cada um tem o seu 'Everest' gastronômico. Tem vez que a gente chega no pico. Tem vez que a gente tromba com um sira doce...

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  2. Sobrou um belo vidro de Tofu Bolorento, aqui em casa .... Vai aí?
    Sobrou algum siri no pacote?
    Manda aí !!!

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